terça-feira, 13 de março de 2012

Os três tipos de tesouros




Histórico do Budismo

O budismo foi fundado na Índia há aproximadamente 2.500 anos por Siddharta Gautama ou Sakyamuni (560–480 a.C.). Nascido como príncipe, nas colinas ao sopé do Himalaia, Sakyamuni renunciou à vida secular para buscar respostas sobre as questões fundamentais da existência humana, ou seja, a razão dos chamados quatro sofrimentos da vida: nascimento, velhice, doença e morte. Durante anos, ele praticou austeridades, submentendo-se a uma disciplina rigorosa por acreditar que o caminho da iluminação estaria no desapego aos desejos mundanos que seriam a causa dos sofrimentos da vida.
Entretanto, com essas práticas não conseguiu encontrar respostas. Assim, acabou rejeitando-as e começou a dedicar-se à meditação até que finalmente chegou à iluminação, tornando-se Buda.
Logo após ter atingido o estado de Buda, a primeira preocupação de Sakyamuni foi sobre a compreensão das pessoas em relação ao seu ensino ou à Lei da vida. Durante cinco semanas, ele permaneceu sentado sob a árvore bodhi, onde atingira a iluminação, refletindo se deveria ou não ensinar o que havia descoberto aos outros.
A felicidade da humanidade era o principal objetivo de Sakyamuni. Seu maior desejo era mostrar o caminho da iluminação a todas as pessoas. Mas hesitava em fazê-lo porque percebia a ameaça de diferentes interpretações sobre a verdade a que havia chegado, e o ensino precisava ser preservado em sua essência.
Após o falecimento de Sakyamuni, o budismo foi primeiramente propagado em toda a Índia e depois nos países vizinhos, tomando duas direções distintas. Uma corrente propagou-se para o atual Sri Lanka, Mainmá, Camboja, Indonésia e outras regiões sul asiáticas. Essa corrente ficou conhecida como Budismo do Sul. A outra corrente difundiu-se pela Ásia Central até a China, passando depois para a Península Coreana e o Japão. Os ensinos que se propagaram nesses países são coletivamente denominados de Budismo do Norte.
Mesmo tendo sofrido certa influência cultural em seus costumes, o Budismo do Sul basicamente seguiu e transmitiu os princípios e rituais dos primeiros ensinos budistas desenvolvidos na Índia. Em contraste, o Budismo do Norte não somente sofreu influências culturais e nacionais como também teve grandes alterações no desenvolvimento de sua doutrina e de seus rituais.
A Índia e a Ásia Central foram os principais palcos de propagação do budismo durante os primeiros mil anos após a morte de Sakyamuni.
Nos primeiros quinhentos anos desse milênio, a crença no budismo foi praticada particularmente por monges e freiras indianos e seu ensino tinha como fundamento os sutras que enfatizavam a fidelidade aos preceitos. A segunda metade do milênio foi um período em que a propagação do budismo centralizou-se na região de Gandhara, nas proximidades da Ásia Central. Nessa região, os budistas davam ênfase à busca filosófica, estabelecendo complexos sistemas de teoria budista tais como o conceito da Não-Substancialidade (Kuu) e a doutrina da Somente Consciência. Esses budistas denominaram seus ensinos de Budismo Mahayana (grande veículo) e criticaram as escolas tradicionais, que centralizavam seus ensinos em preceitos, tachando-as de Hinayana (pequeno veículo).
Acredita-se que a história do budismo na China iniciou-se por volta de quinhentos anos após a morte de Sakyamuni. (Segundo a tradição budista, o budismo foi introduzido na China aproximadamente mil anos após o falecimento de Sakyamuni, pois se considera como o período de seu advento os quinhentos anos anteriores aos da data sugerida por estudiosos contemporâneos.) Mais ou menos quinhentos anos após a época em que o budismo foi introduzido na China, o Grande Mestre Tient’ai fez seu advento e estabeleceu a doutrina de Itinen Sanzen com base no Sutra de Lótus. Pouco tempo após o advento de Tient’ai, o budismo foi introduzido no Japão e, em seu período inicial de propagação, o Sutra de Lótus foi altamente reverenciado, mesmo ocupando uma posição inferior em relação aos outros ensinos budistas. O Grande Mestre Dengyo seguiu os passos de Tient’ai e esforçou-se para propagar a doutrina de Itinen Sanzen. Entretanto, após seu falecimento, a linhagem da escola que estava fundamentada no Sutra de Lótus foi interrompida e abandonada.
Segundo a tradição budista, acreditava-se que os Últimos Dias da Lei, que são os dois mil anos após o falecimento de Sakyamuni, iniciaram no século XI.
Como muitos seguidores esqueceram-se de que Sakyamuni era o fundador do budismo, novas escolas apareceram em sucessão, louvando os poderes de budas imaginários ou negando a necessidade de estudar a doutrina ou de realizar a prática do budismo. O verdadeiro espírito do budismo havia sido totalmente esquecido por volta do início do século XIII no Japão. Em meio a essa confusão, Nitiren Daishonin fez seu advento.
Por volta dessa mesma época, o budismo da Índia acabou sofrendo o impacto do islamismo da região oeste e desapareceu, embora esse budismo já viesse mantendo uma subsistência conjunta com o esoterismo desde a extinção dos sucessores de Sakyamuni no século VI. De forma semelhante, após a morte de Tient’ai, o budismo da China entrou em decadência, sendo corroído pela influência do esoterismo indiano e pela predominância da devoção do Buda Amida, que era uma derivação do próprio budismo. Além disso, a invasão da China pelos mongóis ocorrida no século XIII causou o total declínio do budismo. Durante esse período de gradativo declínio do Budismo do Norte, Nitiren Daishonin fez seu advento e estabeleceu os verdadeiros ensinos do budismo que viriam a iluminar a escuridão dos Últimos Dias da Lei.

Fonte:
Fundamentos do Budismo, pág. 116; Síntese do Budismo, pág. 10 : extra2.bsgi.org.br/extranet/estudo/histbudismo/historico-do-budismo/ 


A beleza transitória

Há muito tempo, quando o Buda Sakyamuni se encontrava no Pico da Águia, havia uma cortesã chamada Lótus, na cidade de Rajagriha. Ela era mais bela do que qualquer outra mulher da cidade, e não parecia haver ninguém que pudesse se igualar à sua beleza. Todas as mulheres a invejavam e todos os homens a adoravam. Por tudo isso, um dia, Lótus concebeu um desejo de iluminação e decidiu segregar-se dos assuntos mundanos, tornando-se uma freira budista.
Ela partiu para o Pico da Águia para visitar o Buda Sakyamuni. No caminho sentiu sede e parou num riacho de águas límpidas. Quando estendeu suas mãos para a água, ficou impressionada com o reflexo de seu rosto na superfície e foi cativada pela sua própria beleza. Seus olhos claros, seu nariz afilado, os lábios vermelhos, as maçãs rosadas, os cabelos exuberantes e a perfeita harmonia de suas feições combinavam completamente, convencendo-a de que era extraordinariamente bela. Ela pensou: "Que mulher bonita sou eu! Por que pensei em querer deixar de lado este corpo belo e viver como uma freira budista? Não, não farei isto. Com uma beleza como a minha, tenho certeza de que encontrarei a felicidade. Que idéia tola a de me tornar uma asceta." Imediatamente, ela virou-se e começou a retornar, pelo mesmo caminho.
No Pico da Águia, o Buda Sakyamuni havia assistido Lótus durante o tempo todo. Ele achou que estava na hora de ajudá-la a desenvolver o desejo de iluminação. Utilizando-se de seus poderes ocultos, o Buda se transformou numa mulher extraordinariamente bela, muito mais ainda do que Lótus, e a esperou no caminho de Rajagriha.
Desconhecendo a intenção do Buda, Lótus, enquanto imaginava vários prazeres mundanos, encontrou uma mulher desconhecida muito bonita no sopé de uma montanha. Atraída pela sua beleza, Lótus dirigiu-se espontaneamente a ela: "Você deve ser estranha por aqui. Para onde está indo completamente sozinha? Você não tem marido, filhos, irmãos? O que uma mulher tão bonita está fazendo aqui totalmente só." A desconhecida respondeu: "Estou voltando para a cidade de Rajagriha. Sinto-me tão solitária caminhando o trajeto todo. Se não for inconveniente, poderia acompanhá-la?"
As duas mulheres logo se tornaram muito amigas e viajaram juntas pela colina. Quando passaram por um pequeno lago, decidiram descansar um pouco. Sentaram-se na grama e conversaram por algum tempo. Enquanto Lótus falava, a outra mulher repentinamente adormeceu, com sua cabeça sobre os joelhos de Lótus. No momento seguinte, sua respiração cessou. Diante do olhar aterrorizado de Lótus, o corpo da mulher começou a degenerar, exalando um odor cadavérico. O corpo inchava grotescamente, a pele se rompia e as entranhas saíam, logo sendo infestadas por vermes. O cabelo da mulher morta caiu de sua cabeça, seus dentes e sua língua se separaram de seu corpo. Era realmente uma visão odiosa.
Vendo essa fealdade apavorante diante de si, Lótus ficou pálida, pensando: "Mesmo uma beleza celestial é reduzida a isso quando morre. Não obstante o quão confiante eu era de minha beleza, não tenho meios para saber por quanto tempo irá durar. Oh! Como fui estúpida! Devo procurar o Buda e buscar a iluminação." Então, Lótus dirigiu-se novamente ao Pico da Águia.
Chegando à presença do Buda, Lótus se atirou diante dele e relatou-lhe o que havia acontecido a ela no caminho até lá. O Buda fitou-a com benevolência e pregou-lhe os quatro seguintes pontos:
1) Todas as pessoas envelhecem;
2) Mesmo um homem muito forte infalivelmente morrerá;
3) Não importando quanto a pessoa viva feliz com sua família ou amigos, o dia da separação certamente virá;
4) Ninguém pode levar sua riqueza para o mundo após a morte.
Lótus compreendeu imediatamente que a vida é efêmera e que somente a Lei é eterna. Ela se aproximou do Buda e pediu-lhe que a aceitasse como sua discípula. Quando o Buda lhe deu a sua permissão, seus abundantes cabelos pretos caíram no mesmo instante e sua aparência transformou-se completamente na de uma freira budista. Desse momento em diante, ela se devotou sinceramente à prática budista e atingiu eventualmente o estágio de arhat, sendo qualificada a receber os oferecimentos e o respeito das pessoas.

Fonte:
Terceira Civilização — Maio/1985

A beleza transitória

Há muito tempo, quando o Buda Sakyamuni se encontrava no Pico da Águia, havia uma cortesã chamada Lótus, na cidade de Rajagriha. Ela era mais bela do que qualquer outra mulher da cidade, e não parecia haver ninguém que pudesse se igualar à sua beleza. Todas as mulheres a invejavam e todos os homens a adoravam. Por tudo isso, um dia, Lótus concebeu um desejo de iluminação e decidiu segregar-se dos assuntos mundanos, tornando-se uma freira budista.
Ela partiu para o Pico da Águia para visitar o Buda Sakyamuni. No caminho sentiu sede e parou num riacho de águas límpidas. Quando estendeu suas mãos para a água, ficou impressionada com o reflexo de seu rosto na superfície e foi cativada pela sua própria beleza. Seus olhos claros, seu nariz afilado, os lábios vermelhos, as maçãs rosadas, os cabelos exuberantes e a perfeita harmonia de suas feições combinavam completamente, convencendo-a de que era extraordinariamente bela. Ela pensou: "Que mulher bonita sou eu! Por que pensei em querer deixar de lado este corpo belo e viver como uma freira budista? Não, não farei isto. Com uma beleza como a minha, tenho certeza de que encontrarei a felicidade. Que idéia tola a de me tornar uma asceta." Imediatamente, ela virou-se e começou a retornar, pelo mesmo caminho.
No Pico da Águia, o Buda Sakyamuni havia assistido Lótus durante o tempo todo. Ele achou que estava na hora de ajudá-la a desenvolver o desejo de iluminação. Utilizando-se de seus poderes ocultos, o Buda se transformou numa mulher extraordinariamente bela, muito mais ainda do que Lótus, e a esperou no caminho de Rajagriha.
Desconhecendo a intenção do Buda, Lótus, enquanto imaginava vários prazeres mundanos, encontrou uma mulher desconhecida muito bonita no sopé de uma montanha. Atraída pela sua beleza, Lótus dirigiu-se espontaneamente a ela: "Você deve ser estranha por aqui. Para onde está indo completamente sozinha? Você não tem marido, filhos, irmãos? O que uma mulher tão bonita está fazendo aqui totalmente só." A desconhecida respondeu: "Estou voltando para a cidade de Rajagriha. Sinto-me tão solitária caminhando o trajeto todo. Se não for inconveniente, poderia acompanhá-la?"
As duas mulheres logo se tornaram muito amigas e viajaram juntas pela colina. Quando passaram por um pequeno lago, decidiram descansar um pouco. Sentaram-se na grama e conversaram por algum tempo. Enquanto Lótus falava, a outra mulher repentinamente adormeceu, com sua cabeça sobre os joelhos de Lótus. No momento seguinte, sua respiração cessou. Diante do olhar aterrorizado de Lótus, o corpo da mulher começou a degenerar, exalando um odor cadavérico. O corpo inchava grotescamente, a pele se rompia e as entranhas saíam, logo sendo infestadas por vermes. O cabelo da mulher morta caiu de sua cabeça, seus dentes e sua língua se separaram de seu corpo. Era realmente uma visão odiosa.
Vendo essa fealdade apavorante diante de si, Lótus ficou pálida, pensando: "Mesmo uma beleza celestial é reduzida a isso quando morre. Não obstante o quão confiante eu era de minha beleza, não tenho meios para saber por quanto tempo irá durar. Oh! Como fui estúpida! Devo procurar o Buda e buscar a iluminação." Então, Lótus dirigiu-se novamente ao Pico da Águia.
Chegando à presença do Buda, Lótus se atirou diante dele e relatou-lhe o que havia acontecido a ela no caminho até lá. O Buda fitou-a com benevolência e pregou-lhe os quatro seguintes pontos:
1) Todas as pessoas envelhecem;
2) Mesmo um homem muito forte infalivelmente morrerá;
3) Não importando quanto a pessoa viva feliz com sua família ou amigos, o dia da separação certamente virá;
4) Ninguém pode levar sua riqueza para o mundo após a morte.
Lótus compreendeu imediatamente que a vida é efêmera e que somente a Lei é eterna. Ela se aproximou do Buda e pediu-lhe que a aceitasse como sua discípula. Quando o Buda lhe deu a sua permissão, seus abundantes cabelos pretos caíram no mesmo instante e sua aparência transformou-se completamente na de uma freira budista. Desse momento em diante, ela se devotou sinceramente à prática budista e atingiu eventualmente o estágio de arhat, sendo qualificada a receber os oferecimentos e o respeito das pessoas.

Fonte:
Terceira Civilização — Maio/1985

sábado, 4 de fevereiro de 2012


A decisão de um buda

Edição 521 - Publicado em 07/Janeiro/2012 - Página 66



Sakyamuni e seus discípulos usavam a melhor de suas habilidades para propagar o budismo
OS DISCÍPULOS do Buda Sakya­­muni tinham diversas habilidades. Purna, por exemplo, era o melhor para propagar a lei. Ao expor os ensinos, as pes­soas que o ouviam sentiam imensa alegria. 
Certa vez, ele decidiu viajar para uma longínqua terra a fim de propagar os ensinos de Sakyamuni. Antes de partir, Purna e o Buda travaram um diálogo repleto de benevolência e determinação. Sakyamuni começou dizendo:
— Purna, as pessoas daquela terra são conhecidas como de temperamento rude. Sem compreender as razões das coisas, elas constantemente falam mal dos outros. Com certeza, vão ridicularizá-lo e maltratá-lo. Quando isso acontecer, o que fará?
Purna responde:
— Se isso acontecer, direi a mim mesmo: “Como não me golpeiam com seus punhos, as pessoas desta terra são boas”.
— Se baterem em você com bastões, o que fará?
— Direi a mim mesmo: “Como não me chicoteiam, são pessoas boas”.
— E se o chicotearem?
— Direi a mim mesmo: “Como elas não me ferem com espadas, são pessoas boas”.
— E se elas o ferirem com espadas?
— Direi a mim mesmo: “Uma vez que não me matam, são pessoas boas”.
— O que, então, dirá você, Purna, se for morto pelas pessoas daquele país?
Sem hesitar, o discípulo respondeu:
— Há alguns que procuram a morte. Uma vez que, ao ser morto sem procurar a morte, poderei descartar este corpo pobre e impuro em prol da lei budista, isso me trará a maior alegria.
Sakyamuni tranquilizou-se.
— Muito bem!, disse ele — Se você possui essa determinação, tudo estará bem. Vá e seja vitorioso.
Esse diálogo entre mestre e discípulo tem muito a ensinar. A cada situação apresentada por Sakyamuni, Purna mantinha sua determinação e renovava o desejo de ensinar às pessoas sobre o budismo. Essa atitude é coerente com o juramento de propagar o ensino de Sakyamuni.
Outro ponto é a Consistência do Início ao Fim de seu comportamento. Mesmo se fosse maltratado e até morto, a conduta e o desejo de propagar e respeitar as pes­soas continuariam inalterados. Esta é a consistente ação de um buda.
Susan Scaranci Ribeiro
Da Redação - Revista Terceira Civilização.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Livros Budistas



Logo abaixo segue ótimas sugestões de livros budistas:
. Flores da Esperança
Este livro traz uma coletânea de poemas, mensagens e orientações de Daisaku Ikeda, presidente da SGI, direcionadas para a Divisão Feminina. Em particular, as mensagens selecionadas entre 2001 e 2008 foram enviadas por ele à Divisão Feminina da BSGI por ocasiões de reuniões comemorativas.
.  Desafio de uma Nova Era - Paz
Reúne cinco propostas de paz que o presidente da Soka Gakkai Internacional, Daisaku Ikeda, envia anualmente para as  Nações Unidas no dia do aniversário da SGI, 26 de Janeiro, buscando auxiliar na solução dos problemas que afligem a humanidade.
Vida: um Enigma, uma Joia Preciosa 
Neste livro, Daisaku Ikeda compreende três tópicos básicos - 'o cosmo e a vida', 'a visão budista da vida' e 'vida e morte', além de um glossário dos principais termos utilizados.
. Educação Soka
Daisaku Ikeda analisa os motivos que levaram a educação atual a deixar de auxiliar o indivíduo e a sociedade e aponta o que é necessário para se edificar uma civilização mais solidária. Demonstra como a educação pode inspirar nos indivíduos ações construtivas e belas para si e para a sociedade. O educador humanista afirma ainda que professores, alunos e pais podem construir um mundo pacífico por meio de ações sábias, benevolentes corajosas.
. Fundamentos do Budismo
Como existem inúmeros ensinos budistas, necessitamos de um guia para encontramos sua essência. O objetivo deste livro, Fundamentos do Budismo, é oferecer esse direcionamento por meio do qual se pode obter uma compreensão ampla, não apenas dos ensinos budistas em geral, mas também de sua expressão máxima - os ensinos de Nitiren Daishonin.
. Guia Prático do Budismo
Este Guia Prático do Budismo visa ajudar a sanar as perguntas mais frequente formuladas por novos integrantes da BSGI. Nele você encontrará sobre a lei de causa e efeito, função da reunião de palestra na organização, motivos para o uso dos acessórios, rituais da prática diária e princípios e termos budistas mais usados nas atividades.





terça-feira, 24 de janeiro de 2012


Os dez mundos (estados)

O budismo tem como foco principal a vida. A cada momento experimentamos alegrias e sofrimentos. Por essa razão o conceito dos Dez Mundos consiste num dos mais importantes princípios no budismo. Eles são interpretados como condições potenciais de vida inerentes a cada indivíduo. As mesmas condições experimentadas por uma pessoa numa situação constante de miséria podem ser uma fonte de desafio e satisfação para uma outra. Fortalecer nosso estado interior de forma a resistirmos e até mesmo transformarmos as condições mais difíceis e adversas é o propósito da prática budista.
Com base no Sutra de Lótus, Tient’ai, um erudito budista chinês do século VI, desenvolveu um conceito que classifica a experiência humana em dez estados, ou “mundos”. Seu ensino dos “Dez Mundos” foi adotado e aprofundado por Nitiren Daishonin que ressaltou a natureza subjetiva e interior desses mundos. Daishonin afirmou a esse respeito: “Considerando a questão de onde estão o Inferno e o Buda, um sutra diz que o Inferno está debaixo da terra, enquanto outro diz que o Buda está no oeste. Entretanto, um pensamento mais cuidadoso esclarecerá que ambos existem em nós próprios.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 413.)
Ordenados do menos ao mais desejável, os Dez Mundos são: Inferno — uma condição de desespero na qual uma pessoa é completamente dominada pelo sofrimento; Fome — uma condição de vida em que uma pessoa é dominada pelos desejos ilusórios que jamais podem ser satisfeitos; Animalidade — um estado instintivo no qual teme-se o forte e oprime-se o fraco; Ira — um estado caracterizado por uma irresistível necessidade de superar e dominar outros e geralmente dissimulado por uma aparente bondade e sabedoria. Esses quatro estados são referidos como os Quatro Maus Caminhos por causa da negatividade destrutiva que os caracteriza.

Além desses, ainda há: o estado de Tranqüilidade, caracterizado pela capacidade de raciocínio e de fazer julgamentos. Apesar de ser uma condição de vida básica que nos identifica como seres humanos, pode também representar um frágil equilíbrio que leva uma pessoa a um estado inferior quando confrontada com situações negativas; e o estado de Alegria, experimentado geralmente quando os desejos são satisfeitos ou quando os sofrimentos são amenizados. Esses mundos são também classificados como os Seis Caminhos Inferiores. Todos eles dependem das circunstâncias externas para se manifestarem e por essa razão não podemos dizer que as pessoas nesses estados de vida desfrutam a verdadeira liberdade ou autonomia.
O mundo de Erudição descreve uma condição de aspiração à iluminação. O mundo de Absorção indica a capacidade de perceber por si só a verdadeira natureza de todos os fenômenos. Juntos, eles são conhecidos como Dois Veículos. As pessoas que manifestam esses dois estados são parcialmente iluminadas e estão livres de alguns desejos ilusórios. Mas aqueles que se encontram nesses mundos podem ficar presas às suas visões e em alguns textos budistas o Buda adverte as pessoas dos Dois Veículos por seu egoísmo.
O mundo de Bodhisattva é caracterizado pela benevolência com que uma pessoa vence as restrições do egoísmo e dedica-se incansavelmente pelo bem-estar dos outros. O budismo Mahayana, em particular, enfatiza o Bodhisattva como um ideal de comportamento humano. O estado de Buda é a condição da mais perfeita e absoluta liberdade. Para uma pessoa que manifesta o estado de Buda tudo — incluindo os inevitáveis sofrimentos da doença, velhice e morte — pode ser vivenciado como uma oportunidade para seu desenvolvimento e realização. O estado de Buda inerente em uma pessoa manifesta-se por meio de ações altruísticas desenvolvidas no mundo de Bodhisattva.
Esses quatro últimos estados de vida compõem os Quatro Nobres Caminhos.
Cada mundo ou estado de vida contém os outros nove. Daishonin exemplifica esse fato da seguinte forma: “Mesmo um frio vilão ama sua esposa e filhos. Ele também tem o mundo de Bodhisattva em sua vida.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 58.) Dessa forma, o potencial para a sabedoria e ação iluminadas representadas pelo estado de Buda continuam a existir em uma pessoa ainda que sua vida seja dominada pelos estados inferiores — Inferno, Fome e Animalidade.
O inverso também ocorre. O estado de Buda não existe separado dos outros nove mundos. Ao contrário, a sabedoria, a vitalidade e a coragem do estado de Buda podem mudar a tendência de uma pessoa para um determinado estado. Por exemplo, quando a Ira é direcionada pela benevolência dos estados de Buda ou de Bodhisattva, pode se tornar uma força para desafiar a injustiça e mudar a sociedade.
Dessa forma, o propósito da prática budista é manifestar o estado de Buda capaz de iluminar nossa vida e nos possibilitar criar um valor duradouro em nossa eterna jornada pelos Dez Mundos.

Fonte:
TERCEIRA CIVILIZAÇÃO, EDIÇÃO Nº 397, PÁG. 10, SETEMBRO DE 2001.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O coração é a mente.


O coração é a mente

Edição 520 - Publicado em 10/Dezembro/2011 - Página 26
“A causa da derrota não se encontra no obstáculo ou no rigor das circunstâncias; está no retrocesso da determinação e na desistência da própria pessoa”, escreveu o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda.
O coração é quem cria a realidade. Por isso a vitória ou a derrota é decidida na sua mente. As circunstâncias são um efeito daquilo que se encontra no seu coração. A postura interior provoca a transformação exterior. Difícil acreditar? É hora de acordar e voltar a correr, antes que a corrida termine.
O presidente Ikeda também afirma: “Dizem que o cérebro humano possui bilhões de células. Cada uma dessas células está ligada às outras por fibras nervosas, ou ‘fios’, criando uma rede complexa. Mas essa rede não está conectada no nascimento. Vocês conectam as células e constroem a rede por seus esforços”. Uma pessoa evolui à medida que novos “fios” são formados no cérebro. Por isso, o maior inimigo do cérebro é o pensamento de que “Não consigo fazer”. O pessimismo e a lamentação travam o cérebro. Quando você desiste, a tentativa do cérebro de estabelecer uma nova conexão é interrompida. “Não consigo fazer” limita o potencial do próprio cérebro.
O importante é sempre fazer o melhor. O hábito de se empenhar 100% em tudo desenvolve sua capacidade a ponto de torná-lo apto a encontrar sua missão na vida. Empenhar-se ao máximo revela seu potencial como ser humano. A vitória sobre o impossível pertence àqueles que perseveram.
Fonte: Revista Terceira Civilização

A importância da religião na atualidade




"Era da descrença" - superficialmente, assim poderia ser denominada a era atual. Vamos analisar o porquê da necessidade da fé religiosa como base cinco pontos:

  1. Solucionar os sofrimentos de nascimento, envelhecimento, doença e morte, que são questões fundamentais da vida.
  2. Obter a diretriz inabalável da vida.
  3. Romper a inércia do próprio carma.
  4. Estabelecer uma vida subjetiva e abraçar a razão de viver.
  5. Transformar a civilização, a sociedade atual, confusa e perdida.

(1) Durante sua existência, o homem enfrenta os sofrimentos básicos inerentes a sua vida. O budismo explana-os como os quatro sofrimentos da vida - nascimento, envelhecimento, doença e morte. O sofrimento do nascimento indica o sofrimento de vir ao mundo como ser humano carregando inerentemente os desejos mundanos e o carma passado. Os outros três sofrimentos - envelhecimento, doença e morte - não requerem o acréscimo de qualquer explicação.


(2) Para ter uma vida significativa é indispensável extrair os seus valores, ter um objetivo e estabelecer uma diretriz básica. Vivemos num mundo denominado "era da inviabilidade" e "era de impureza", e é justamente por isso que precisamos ter uma diretriz na vida.


(3) Cada homem carrega seu próprio destino. Cada pessoa vê-se presa ao próprio destino. O budismo esclarece que o efeito do presente tem como causa as próprias ações do passado, portanto, cada pessoa é responsável pelo próprio destino e também pelo caminho para se libertar dele. Abraçando a fé no budismo de Nitiren, poderemos infalivelmente transformar nosso destino.


(4) Inexistência de vida subjetiva e de razão de viver - assim é a era atual. O Budismo de Nitiren Daishonin esclarece a existência do nobre estado de Buda em todas as pessoas, que poderia ser chamado de condição mais elevada e pura de vida. A manifestação deste nobre estado permite estabelecer a vida subjetiva e plenamente satisfeita. Somente a devoção ao Budismo de Nitiren possibilita a manifestação do estado de Buda.


(5) O ser humano vive numa sociedade conturbada e crítica. Entretanto, ele é o próprio criador da civilização atual. O budismo esclarece que por meio da fé na Lei Mística, ele é capaz de transformar radicalmente a própria vida. E com base na vida humana transformada, conduzir a sociedade para um mundo pacífico e confiante.


Fazer nascer uma sociedade pacífica - este é o objetivo máximo do Budismo de Nitiren Daishonin.


Fonte: Livro Guia Prático do Budismo, pág. 145 a 147

Carma

O que é o carma?

A palavra carma significa "ação". A ação no budismo tem um sentindo mais amplo do que se imagina. O budismo classifica essa ação em três categorias: as palavras que falamos, os pensamentos que temos, e o comportamento físico que manifestamos.
O budismo ensina que as ações de todos os tipos - físicas, verbais e mentais - tornam-se causas para efeitos futuros, tanto negativos como positivos. O estado de nossa vida é o efeito de nossas ações passadas, e determina nosso futuro. Diz-se que a vida existe no meio da ligação entre passado, presente e futuro. O carma é de dois tipos: positivo e negativo.
Nós criamos nosso próprio carma, e é irracional culpar outras pessoas por coisas ruins que nos acontece. Assim, é de nossa responsabilidade mudá-lo ou criar um carma melhor.
Refirimo-nos ao carma como leve ou pesado. Carma pesado é aquele que por sua verdadeira natureza produz uma força dominante que faz a pessoa agir de modo a levá-la para a direção oposta daquele que realmente quer ir. Quanto mais pesado for o carma, mais firme ele está preso a nossa vida.



Como podemos superar o carma?

A Lei que governa o domínio e muda o carma é a essência do Sutra de Lótus, o Nam-myoho-rengue-kyo. Devotando a nossa vida à vida cósmica do Nam-myoho-rengue-kyo, que penetra em todos os fenômenos cósmicos, podemos mudar o nosso carma que foi formado desde o infinito passado até agora.
O budismo não somente discerne sobre a eterna acumulação do carma como também nos mostra um modo válido de transformá-lo positivamente, através da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo



Fonte: Livro Guia Prático do Budismo, pág. 141 e 144.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Recitação do Daimoku





DAIMOKU é a recitação contínua do NAM-MYOHO-RENGUE-KYO. Achei um vídeo no You tube com áudio para mostrar como o recitamos. Click no link abaixo:

http://youtu.be/5pjp2ZKJb8Q

Celebridades budistas de Nitiren Daishonin


O Budismo de Nitiren já possui várias SGI no mundo, em 192 países. Ele vem conquistando espaço até entre o meio artístico. Veja a lista de celebridades que praticam o Budismo:


Milene Domingues 
Angelina Jolie 
Betty Faria 
Brad Pitt 
Carmo Dalla Vecchia 
Cininha de Paula 
Cláudia Raia 
Courtney Love 
Dhu Moraes 
Diogo Vilela 
Edson Celulari 
Herbie Hancock 
Larry Coryell 
Milene Domingues 
Orlando Bloom 
Roberto Baggio 
Tina Turner 
Wayne Shorter 
Penélope Cruz 

sábado, 21 de janeiro de 2012

Nam-myoho-rengue-kyo

 
O que significa Nam-myoho-rengue-kyo?

Myoho-rengue-kyo é a essência do ensinamento de Sakyamuni (fundador do Budismo, que viveu na Índi há cerca de três mil anos) e corresponde ao próprio título do Sutra de Lótus. Em 28 de abril de 1253, Nitiren Daishonin revela o Nam-myoho-rengue-kyo como a expressãoda verdade suprema da vida e sua recitação como o método para as pessoas atingirem o estado de Buda. Veja o significado:
Nam - " devoção" ou a perfeita fusão da própria vida com a verdade eterna.
Myoho - "Lei Mística"; resultado imutável e essencial de todos os fenômenos.
Rengue - "Flor de Lótus"; simultaneidade de causa e efeito.
Kyo - "Sutra"; a voz ou ensino de um Buda. Em um sentido mais amplo, todas as ações de todos os seres vivos e de todos os fenômenos do Universo.

                                            
                                 Como funciona o Nam-myoho-rengue-kyo?


O Nam-myoho-rengue-kyo funciona quando está em perfeita harmonia com o ambiente.
Há um ritmo no Universo, um ritmo na SGI nos 192 países do mundo em que ela está presente, e um ritmo na vida de todos. Quando recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo diante do Gohonzon , entramos no mesmo ritmo do Universo e da Gakkai.
O Presidente Ikeda nos orienta: " Quando uma pequena engrenagem encaixa seus dentes nos dentes de uma engrenagem maior, conseguirá se movimentar com uma força extraordinária, o que não faria por si própria. Da mesma forma, quando fundimos o microcosmo da nossa vida à vida do Universo, somos capazes de manifestar uma ilimitada força que nos permitirá superar quaisquer dificuldades".
Resumindo, se o nome do cidadão é Pedro, não adianta chamar "Zé" que ele não responderá. E se o ritmo do universo ensinado pelo Buda Nitiren Daishonin é Nam-myoho-rengue-kyo, não será de outra forma que o faremos funcionar em nossa vida, somente recitando!


Fonte: Revista DEZ, n° 112 e  117

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Educação Soka


A educação nos torna livres... É por meio da educação que nos libertamos da impotência, da falta de segurança sobre nós mesmos. O indivíduo que foi liberado de dúvida, que aprendeu a confiar em si mesmo, é naturalmente capaz de acreditar na capacidade latente do outro. A educação nos permite olhar para além das diferenças superficiais, de perceber a grandeza da terra e a grandeza do mar da vida que sustenta a todos nós.”        
                                                   (Daisaku Ikeda)
                                                                                                                                    
 Educação para a cidadania plena, de forma a possibilitar as condições necessárias para atingir a felicidade. Este é o propósito da educação Soka. Para os educadores da BSGI, “não devemos questionar qual é o papel da educação na sociedade, mas sim, qual o papel da sociedade na educação1”, pois trata-se de um instrumento de fundamental importância para a realização de uma mudança social positiva. A educação é o propósito máximo da vida humana e é por meio dela que edificamos novas gerações de cidadãos dispostos a promover uma nova era de realizações.
– O objetivo da educação não é transferir conhecimento; mas orientar o processo de aprendizagem, para equipar o aluno com toda a metodologia para a pesquisa, de forma a dar-lhe condições para que produza o seu próprio conhecimento! – enfatizou o educador Tsunessaburo Makiguti acerca dos métodos de ensino-aprendizagem da escola tradicional que se baseiam na simples memorização em vez de voltarem-se aos métodos que proporcionem ao aluno inspiração, de forma que ele adquira a paixão pela aquisição de conhecimento. 


“Qual é o propósito da vida? Se fosse para expressar isso
em apenas uma palavra teria que ser ‘felicidade’.O propósito da
educação deve, portanto, estar de acordo com o propósito da vida.”
(Tsunessaburo Makiguti)




Fonte: http://www.bsgi.org.br